O Banco de Alimentos da Prefeitura de Belo Horizonte recebeu, neste ano, a doação de 187 toneladas de doações. Um dos doadores é a 27ª Copa Centenário de Futebol Amador Wadson Lima, que entregou para repasse às instituições socioassistenciais 1,3 tonelada de alimentos não perecíveis. No caso da Copa Centenário, são doações de cestas-básicas entregues por times punidos, como prevê o regulamento da competição.
Essa iniciativa é uma parceria entre as secretarias municipais de Segurança Alimentar e Nutricional e de Esportes e Lazer em benefício do Banco de Alimentos, e a meta da Prefeitura é ampliar a participação de parceiros desta natureza, como produtores de eventos realizados na cidade, cuja entrada é mediante doação de gêneros alimentícios. O Banco atende 37 instituições cadastradas e beneficiam, em média, 8 mil pessoas por semana. As doações são entregues às entidades de acordo com o tipo de atendimento, número de pessoas e faixa etária do público atendido.
O Banco de Alimentos é um equipamento público municipal e recebe produtos considerados fora dos padrões de venda, mas ainda adequados ao consumo humano.. Pessoas físicas, sacolões, restaurantes e supermercados podem doar ao Banco diversos alimentos não perecíveis, dentro do prazo de validade, e perecíveis como frutas, verduras e legumes. Estes produtos, ainda em bom estado, mas que seriam descartados, contribuem para combater a fome e o desperdício no município. Para ter direito às doações, a instituição deve produzir e distribuir refeições prontas e gratuitas para pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Vicente Bernardino de Sena Neto, presidente da Associação Sopão da Alegria, uma das instituições cadastradas para receber as doações do Banco de Alimentos, destaca que elas são essenciais para a realização do projeto social. Todos os sábados, a instituição distribui sopas para 500 pessoas e famílias da comunidade Vila Califórnia, além de pessoas em situação de rua.
“Sem as doações do Banco de Alimentos talvez nem tivéssemos sopa para distribuir. Os legumes doados resultam em uma sopa saborosa e muito nutritiva. Quando recebemos frutas, pão e outras doações, acrescentamos na distribuição, junto com a sopa. O Banco de Alimentos da Prefeitura de Belo Horizonte presta um serviço de tamanha importância, que é até difícil mensurar. No sábado, dia da distribuição, as pessoas já ficam aguardando a nossa chegada”, ressalta Vicente.
Ele também relata a rotina da produção das sopas e enfatiza que tudo começa com as doações recebidas. “Iniciamos nossos trabalhos na sexta-feira, quando buscamos os hortifruti no Banco de Alimentos. No mesmo dia, os voluntários começam a limpar, descascar e picar os alimentos. No sábado, às 5h, os fogões são acesos e iniciamos o cozimento da nossa sopa, que é embalada e distribuída para as pessoas que precisam”.
Avaliação criteriosa
Os produtos recebidos pela equipe técnica do Banco de Alimentos passam por uma avaliação criteriosa. No caso de verduras, as folhas que estão com o aspecto menos fresco, mas ainda próprias para consumo, passam pela triagem, na qual os auxiliares de cozinha retiram as partes amareladas e limpam o alimento. O mesmo acontece com as frutas e legumes, e se não houver amassados ou partes em estado de decomposição, são separados para a doação.
Já os produtos que são reprovados na triagem, por não estarem em condições de consumo, são destinados à compostagem. Em 2024, cerca de 91 toneladas de alimentos foram coletadas pela Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) para a produção de adubo, que é utilizado em parques e jardins da cidade. De janeiro a maio deste ano, 53 toneladas já foram encaminhadas para a coleta.
Atualmente, o Banco de Alimentos conta com 38 doadores fixos cadastrados, além da Copa Centenário. Há também doadores eventuais, como pessoas físicas, redes parceiras e organizações de eventos que coletam alimentos não perecíveis como forma de substituição do valor do ingresso ou como meia entrada social. Para ser um parceiro doador, basta enviar um e-mail para bancodealimentos@pbh.gov.br e fazer o cadastro.
