Política Municipal de Pontos de Cultura estará em debate de sexta-feira (7) a domingo (9)

Desta sexta-feira (7) a domingo (9), serão realizados em Belo Horizonte o Fórum e da Teia dos Pontos de Cultura. Serão momentos importantes de encontro, celebração, debate e construção coletiva da Política Municipal Cultura Viva. O objetivo é reconhecer, articular, fomentar e valorizar entidades, coletivos e agentes culturais das comunidades de diferentes territórios.
O 2º Fórum Municipal da Rede Pontos de Cultura será realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte em parceria com o Instituto AbraPalavra, Pontão de Cultura de BH, nesta sexta e sábado (8). Durante o evento no Teatro Francisco Nunes, o debate será entre representantes dos governos municipal, federal e da sociedade civil. BH foi a primeira capital a adotar a Política Cultura Viva em âmbito municipal.
A proposta é reunir mais de 240 pontos reconhecidos na cidade para debater não só a implementação da política, mas a vida cultural nos territórios: como descentralizar recursos, quais formações são prioritárias, quais estratégias de comunicação fortalecem a rede. A programação completa do 2º Fórum está disponível no Portal da PBH.
A secretária municipal de Cultura, Eliane Parreiras, ressalta a relevância do 2º Fórum da Rede Municipal dos Pontos de Cultura de BH como um espaço essencial de diálogo, articulação e fortalecimento da democracia cultural na cidade. “A Política Cultura Viva tem como fundamento a cogestão e a construção coletiva, e o Fórum representa o fortalecimento da democracia cultural ao reunir os Pontos de Cultura, envolvendo agentes, coletivos e instituições que fazem a cultura acontecer nos territórios. É nesse espaço que as vozes dos fazedores de cultura podem influenciar diretamente as decisões sobre financiamento, gestão e prioridades”.
A secretária também destaca o crescimento e o fortalecimento da Política Cultura Viva em Belo Horizonte, evidenciado pela ampliação da rede de Pontos de Cultura, pela crescente participação em editais e programas de fomento e pela integração com outras políticas culturais do município. “Nosso compromisso é manter e ampliar essa valorização do Cultura Viva na cidade”, completa.
A diretora de Políticas Culturais e Participação Social da Secretaria de Cultura, Françoise Jean, ressalta que o Fórum é uma oportunidade única para fortalecer a rede de Pontos de Cultura de BH, de compartilhar experiências e reafirmar o papel transformador da Cultura como instrumento de cidadania e inclusão.
“Participar é garantir que cada ponto de cultura, com sua identidade, trajetória e potência, contribua para moldar uma política pública mais justa, diversa e participativa. É o momento de fazer valer o protagonismo dos fazedores de Cultura e construir, juntos, os caminhos para uma Belo Horizonte viva, criativa e plural”, afirma.
Programação
Na abertura do 2º Fórum, na sexta, às 9h, estarão presentes o diretor Nacional da Política Cultura Viva, João Pontes; a coordenadora do Escritório do MinC em Minas Gerais, Ana Tereza Brandão; a secretária Eliane Parreiras; a diretora Françoise Jean; a presidenta da Fundação Municipal de Cultura, Bárbara Bof; a vereadora Cida Falabella; a presidente do Instituto AbraPalavra, Aline Cântia; e os representantes do Pontão Nacional Cultura, Fernando Chagas, e do Pontão Minas é Muitas, Nil César.
Ainda pela manhã haverá um relato da Comissão Municipal dos Pontos de Cultura, eleita no 1º Fórum, seguido da apresentação, por regional, de todos os Pontos de Cultura presentes. Às 14h será realizada a mesa “Política Nacional Cultura Viva: conexões entre o local e o nacional”, com a proposta do diálogo entre as três dimensões que sustentam a Política Nacional Cultura Viva: o plano nacional, o municipal e o territorial, buscando refletir como a política se concretiza na prática, a partir da escuta dos territórios e da cooperação entre o Estado e a sociedade civil.
Participam da mesa João Pontes, Françoise Jean e Mestre Primo, importante agente cultural de BH, com mediação de Nil César, que abordarão os desafios contemporâneos da cogestão cultural, as estratégias de financiamento, formação e rede, e o papel simbólico dos mestres e fazedores de cultura na sustentação da Cultura Viva como política de Estado e expressão das diversidades brasileiras.
Na mesa “As relações entre Política Cultura Viva e Economia Solidária”, marcada para às 16h, a proposta é debater sobre os vínculos entre a Política Nacional e Municipal de Cultura Viva e os princípios da Economia Solidária. Durante o debate, conduzido por José Márcio Barros (ODC) e Denise Fantini (Cio da Terra), será abordada a atuação dos Pontos e Pontões de Cultura como empreendimentos solidários, baseada em autogestão, cooperação e valorização dos saberes locais.
No sábado, a manhã começa com apresentação do Programa de Valorização das Vilas e Favelas da Prefeitura, pela Coordenadoria Especial de Vilas e Favelas da PBH. Neste momento será criada a Rede Municipal dos Pontos de Cultura de Vilas e Favelas, com o objetivo de integrar a Política Cultura Viva Municipal a outras políticas públicas da PBH, de maneira transversal e dinâmica.
Em seguida, haverá a mesa “História da Política Nacional Cultura Viva: quem somos e para onde queremos ir”. O objetivo é refletir sobre a trajetória histórica e conceitual da Política Nacional Cultura Viva, desde a criação como movimento social até a consolidação como política pública de Estado. Com as presenças de Davy Alexandrivisky (Campus Avançado), Manuela Abnadur e Ariadne Mendes (Loucura Suburbana), sob a mediação de Fernando Chagas (AbraPalavra) e Alessandro Silva (Kolping), a proposta é compreender como a história do programa se reflete nos contextos locais, como o de Belo Horizonte, e quais caminhos se desenham para o futuro da Cultura Viva.
No início da tarde, a mesa “Pontões de Cultura: o papel da articulação territorial e temática na Cultura Viva” traz discussões sobre a estratégia dos Pontões de Cultura como instâncias de articulação, formação e fortalecimento de redes dentro da Política Nacional e Municipal de Cultura Viva. Participam os coordenadores de Pontões de Cultura Nil César e Aline Cântia e a pesquisadora Luana Vilutis, sob a mediação de Mariana Botelho (Mucury Cultural) e Maria Tereza (Humaitá).
Para a coordenadora do Pontão AbraPalavra, Aline Cântia, “o propósito é evidenciar como os Pontões atuam na sistematização de práticas, na promoção de formações integradas e na construção de agendas coletivas, contribuindo para consolidar a Cultura Viva como política de Estado e instrumento de democratização da cultura em Belo Horizonte e no Brasil”.
No encerramento acontece a plenária de devolutiva das mesas e a sistematização das Propostas e, ao final, a votação e constituição da nova Comissão dos Pontos de Cultura, seguida de leitura e aprovação da Carta do 2º Fórum Municipal dos Pontos de Cultura de Belo Horizonte.
Como forma de garantir ampla participação e escuta qualificada da rede, o Fórum foi precedido por três Pré-Fóruns Regionais, ao longo de outubro, que permitiram a troca de experiências com base nas realidades territoriais de cada Ponto de Cultura, respeitando suas diversidades e especificidades. Os encontros reuniram mais de 150 pessoas com ampla participação social, diálogos ricos e fortalecimento da rede. A sistematização dos diagnósticos regionais foi transformada em insumos essenciais para orientar os debates, definir prioridades e elaborar estratégias conjuntas de fortalecimento da Rede.
Teia Municipal dos Pontos de Cultura
No domingo, acontece a 2ª edição da Teia Municipal dos Pontos de Cultura de Belo Horizonte, o maior encontro de articulação e fortalecimento da rede de Pontos de Cultura da capital mineira. O evento reunirá empreendedores criativos, coletivos culturais e a comunidades de todas as regionais da cidade em uma grande vitrine da produção artística local.
Cultura Viva
A Política Nacional Cultura Viva (PNCV) é um dos marcos mais inovadores da política cultural brasileira nas últimas décadas. Instituída pela Lei nº 13.018/2014, nasceu da experiência acumulada desde 2004, com a criação do programa Cultura Viva e dos Pontos de Cultura pelo Ministério da Cultura. A política Cultura Viva é centrada na participação social, na diversidade cultural e na autonomia das comunidades.
Os Pontos de Cultura são o coração dessa política: organizações da sociedade civil ou coletivos culturais reconhecidos e apoiados pelo Estado, mas que mantêm sua autonomia criativa e gestão própria.
No âmbito nacional, o Fórum Nacional dos Pontos de Cultura surgiu como resposta à necessidade de articulação entre milhares de iniciativas espalhadas pelo Brasil. É nesse espaço que se consolidam pautas como a Lei Cultura Viva, a defesa dos Pontos frente a cortes orçamentários, e a construção de diretrizes para editais, formações e estratégias de mobilização.
Belo Horizonte, capital pioneira na municipalização da Cultura Viva, também avançou ao realizar, em 2023, o 1º Fórum Municipal dos Pontos de Cultura. O Fórum nasce como espaço legítimo de participação social, onde os próprios Pontos de Cultura pautam a Prefeitura, constroem coletivamente os rumos da política e legitimam a Comissão Municipal dos Pontos de Cultura, colegiado que mantém interlocução permanente com a Secretaria Municipal de Cultura.




