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Agenda RIC valoriza memórias e tradições afro-brasileiras com programação gratuita


Presente durante todo o ano, a Agenda RIC 2025 reforça, em outubro, o compromisso contínuo com a valorização da diversidade e da força da cultura negra em Belo Horizonte. A iniciativa integra o Programa Rede de Identidades Culturais (RIC), política permanente de promoção e reparação da igualdade racial desenvolvida pela Secretaria Municipal de Cultura e pela Fundação Municipal de Cultura. Ao longo do mês, a programação gratuita, formada por atividades próprias e parceiras, ocupa diversos equipamentos culturais da cidade, com a agenda completa disponível no Portal Belo Horizonte.

Entre os destaques estão o show da cantora e compositora mineira Adrianna, em homenagem à Sandra Sá, no Espaço Cênico Yoshifumi Yagi/Teatro Raul Belém Machado; a 5ª Semana de Cinema Negro, no Cine Santa Tereza; e as exposições “Santos e Orixás”, no Centro Cultural Urucuia, e “Travessias do Arraial Curral del Rei”, no Museu Histórico Abílio Barreto. Outro evento programado é da Guarda de Congo Velho de Nossa Senhora do Rosário, que realiza a tradicional Festa do Congo Velho do Rosário.

Também está disponível o conteúdo digital “Personalidades Negras” que em outubro homenageia a Rainha Fundadora do Reino Treze de Maio de Nossa Senhora do Rosário,  Maria Casimira das Dôres, a primeira Rainha Conga de Minas Gerais.

Em 2025, a Agenda RIC tem realizado atividades voltadas à valorização dos quilombos, congados e reinados de Belo Horizonte, promovendo ações que fortalecem a memória, as tradições e as expressões culturais afro-brasileiras em diferentes regiões da cidade. 

Programação

De terça a sábado, das 9h às 19h, o Centro Cultural Urucuia, na regional Barreiro, recebe a exposição “Santos e Orixás”, que destaca o fazer artístico, a pesquisa e a ancestralidade, e pode ser visitada gratuitamente pelo público.

O Centro de Referência da Cultura Popular e Tradicional Lagoa do Nado (CRCP) também integra a programação de outubro com a exposição “Jogo da Liberdade – A Capoeira em Belo Horizonte – Anos 60, 70 e 80”, aberta de terça a domingo, das 9h às 18h, com agendamento por e-mail (crcp.fmc@pbh.gov.br).

A curadoria é assinada pela pesquisadora Josemeire Alves Pereira, em parceria com Mestre 90 (Rudiney Ribeiro Carias), Mestre Boca (Walter Ernesto Ude Marques) e Mestre Pelota (Carlos Alberto de Souza). O CRCP ainda oferece a visita mediada “Afro Lúdica: Corpopalavra Poética Negra na Capoeira”, realizada de terça a sexta, às 8h30 e às 14h, com agendamento pelo mesmo e-mail.

Nesta quinta-feira (23), o Espaço Cênico Yoshifumi Yagi/Teatro Raul Belém Machado recebe o show musical “Sandra Soul – Retratos e Canções”, em que a cantora Adrianna homenageia Sandra Sá. O repertório percorre todas as fases da carreira da cantora carioca, considerada um expoente em diversos gêneros musicais, como funk, soul, samba e MPB. O espetáculo ressalta a importância de Sandra Sá para a música brasileira e evidencia a versatilidade compartilhada pelas duas artistas.

O Cine Santa Tereza recebe até esta sexta-feira (24), a 5ª Semana de Cinema Negro, festival que reúne filmes de cineastas negros do Brasil e do mundo. Além das exibições, o evento oferece sessões comentadas e atividades formativas para diversos públicos. Os ingressos podem ser retirados antecipadamente no Sympla ou no cinema 30 minutos antes de cada sessão.

Deste sábado (25) à segunda-feira (27), a Guarda de Congo Velho de Nossa Senhora do Rosário promove a tradicional Festa do Congo Velho do Rosário, na sede da Irmandade, no Bairro Pilar. O festejo, que homenageia Santo Antônio e Nossa Senhora do Rosário, inclui novena, levantamento e descimento do mastro, alvorada, presença de guardas visitantes de Belo Horizonte e região metropolitana, missa conga e cortejo pelas ruas do bairro. 

Maria Casimira das Dôres

O conteúdo “Personalidades Negras”, de outubro homenageia Maria Casimira das Dôres (1906-1984), Rainha Fundadora do Reino Treze de Maio de Nossa Senhora do Rosário e primeira Rainha Conga do estado, título conferido pela Federação dos Congados de Nossa Senhora do Rosário de Minas Gerais. Nascida em Betim, Maria Casimira iniciou sua trajetória na tradição congadeira ainda criança, integrando a Irmandade do Rosário de Betim, onde sua mãe era juíza e seu pai e parentes atuavam como dançantes e guardas de coroa.

Em 1923, mudou-se para Belo Horizonte, onde participou de outras comunidades congadeiras antes de fundar sua própria guarda em 1944, na Vila Concórdia, sendo coroada Rainha Conga da comunidade naquele mesmo ano.

A fundação do Reino Treze de Maio foi guiada por uma mensagem recebida em sonho, na qual seus ancestrais a orientaram a formar uma guarda, da qual seria rainha e seu filho, capitão de Moçambique. A guarda foi registrada em nome de seu filho, devido às restrições legais que impediam mulheres de exercer autoridade civil na época. Desde então, Maria Casimira liderou a guarda, consolidando relações de vizinhança e fortalecendo laços comunitários e familiares que mantêm viva a tradição até hoje.

Além do reinado, Maria Casimira atuou como zeladora do Centro Espírita São Sebastião, considerado o terreiro de umbanda mais antigo de Belo Horizonte. Na sede, ainda preservada, acontecem ensaios, cortejos, coroações e celebrações que combinam a tradição congadeira e os ritos religiosos, mantendo viva a memória cultural afro-brasileira e ampliando, há mais de 70 anos, o território negro no bairro Concórdia, na regional Nordeste. 

Sobre o Programa RIC

O Programa RIC tem por objetivo ampliar a atuação da cultura no âmbito das políticas permanentes e estratégicas de enfrentamento a discriminação racial e de fortalecimento das culturas de matrizes africanas, como premissa para efetivação da diversidade e da democracia cultural em Belo Horizonte.

A iniciativa surgiu no ano de 2023, tendo como motivação a celebração dos 20 anos da Lei 10.639, que alterou a Lei de Diretrizes Básicas da Educação e tornou obrigatório o ensino de História da África, cultura africana e afro-brasileira no currículo da educação básica. Além dos 15 anos da Lei nº 11.645 que, após cinco anos, alterou a Lei 10.639 incluindo a temática indígena.
Reflexo de uma demanda histórica, a iniciativa é institucionalizada pelas normativas que amparam a luta contra o racismo e a promoção da igualdade racial, e traz ações internas e externas da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, tais como a Agenda RIC 2025 e o Conteúdo Personalidades Negras.

Serviço
Programa Rede de Identidades Culturais (RIC) | Agenda RIC | outubro de 2025

Data: até o dia 31
Entrada gratuita
Programação completa disponível no Portal Belo Horizonte
Série virtual “Personalidades Negras” disponível no Portal PBH



Prefeitura de Belo Horizonte

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