Escolas municipais abrirão as portas para servir merenda aos alunos

Todas as escolas da rede municipal afetadas pela greve dos professores estarão abertas na manhã deste sábado (28) para fornecer alimentação para os alunos. A medida foi determinada pelo prefeito Álvaro Damião e busca garantir que os estudantes que estão sem aulas tenham acesso à refeição que receberiam durante a estadia na escola em um dia normal de aulas. A partir da próxima semana, a abertura das unidades de ensino para as refeições será de segunda a sexta-feira, nos dois turnos.
“A partir de amanhã, mesmo sendo sábado, as escolas estarão abertas para receber as crianças que precisam ir à escola para se alimentar. Eu conheço bem essa realidade, e as escolas estarão abertas para que a mãe, o pai, a avó, o avô possam levar suas crianças para se alimentar. Neste sábado, será somente pela manhã. A partir da próxima semana, será de segunda a sexta-feira, normalmente nos horários das refeições nos turnos da manhã e da tarde, com café, com almoço e com sopa. A família leva a criança, ela se alimenta, e vai embora”, disse Álvaro Damião.
A paralisação dos professores da rede municipal de educação já dura 22 dias. Nesta sexta-feira (27), balanço da Secretaria Municipal de Educação indicou que, das 324 unidades da rede municipal, 60 escolas funcionaram normalmente, 253 parcialmente e 11 escolas permaneceram fechadas. Dessa forma, escolas que estão totalmente paralisadas ou funcionando parcialmente deverão abrir as portas para servir a refeição a todos os alunos matriculados e que não estejam em sala de aula.
O alimento será servido no mesmo horário adotado na instituição durante um dia de funcionamento normal. A proposta da Secretaria Municipal de Educação é que o café da manhã seja servido para os alunos entre 7h e 9h. A partir da adesão, será calculado o preparo do almoço, com previsão de disponibilização a partir das 11h.
Justiça
A PBH acionou o Tribunal de Justiça nesta sexta-feira com um pedido de declaração de ilegalidade da greve. E os dias de paralisação serão descontados no contracheque dos servidores. “Não existe a possibilidade de pagar uma pessoa que não trabalhou. A Justiça não me permite fazer isso e é ela quem vai decidir agora. Aproveito para agradecer a todos os professores que estão em sala de aula”, justificou Álvaro Damião.
Somente neste ano, a Prefeitura já se reuniu 34 vezes com o sindicato que representa os servidores. As propostas apresentadas foram aceitas por todas as categorias do funcionalismo público – com exceção dos professores. Projeto de lei com o reajuste dos servidores já foi encaminhado à Câmara Municipal e não contempla os profissionais da Educação, justamente em razão da falta de acordo.
Foi oferecido um reajuste de 2,49%, índice que representa a inflação medida entre janeiro e abril de 2025; um nível a mais na carreira a partir da escolaridade, o que garante 5% a mais no salário; aumento no vale-refeição para R$ 60/dia; auxílio alimentação para quem trabalha 6h diárias, o que não existia; e o estabelecimento da data-base, em 1º de maio, uma antiga reivindicação do funcionalismo.
“Estamos dentro dos parâmetros do que a prefeitura pode e deve pagar. E nós temos responsabilidade, inclusive com o fim do ano: não posso oferecer nada agora e depois não conseguir pagar o 13º dessas mesmas pessoas. Eu tenho esse compromisso que é com a responsabilidade”, enfatizou o prefeito.