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Escrevivências Femininas encerra o ano com a participação da escritora Conceição Evaristo


O encerramento anual do Projeto “Escrevivências Femininas”, que reúne escrita e troca de experiências de vida entre as participantes no território Cras Vila Cemig, no Barreiro, contou nesta semana com a participação da professora e escritora Conceição Evaristo. O evento no Viaduto das Artes (Avenida Olinto Meireles, 45) reuniu cerca de 90 pessoas e teve a articulação da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) e da OSC Moradia e Cidadania, parceiros dos encontros.

A comunidade do Cras Alto Vera Cruz também esteve presente. “Quero agradecer a todas por se apropriarem do conceito de literatura e usarem esse conceito de escrevivência em suas memórias. Pensar escrevivência é pensar justamente nesse direito que nós temos de tornar as nossas as histórias, tanto no campo da literatura, de sermos autoras dos nossos próprios termos, quanto da história. Pessoas da classe dominante normalmente escrevem as histórias dos homens, dificilmente se escreve a história das mulheres, principalmente das mulheres pretas e pobres”, destacou Conceição Evaristo.

A escritora também declamou um trecho da obra Olhos Dágua (Ed. Pallas – Rio de Janeiro, 2024) e autografou livros de sua autoria.

Uma das seis participantes que se apresentaram, Rita Cupertino compartilhou um pouco da sua trajetória. “Fui moradora do Morro do Papagaio. Meu pai era da construção civil. Somos três irmãos, minha mãe era lavadeira e não queria que os filhos passassem o que ela passava. Minha mãe era benzedeira e raizeira e hoje sou a benzedeira do centro espírita que frequento. Me tornei professora, sou pedagoga e gosto de ajudar as pessoas”.

Maíra Carolina Alves, analista de Políticas Públicas do Cras Vila Cemig, ressalta que o projeto reúne em média 15 participantes por reunião e tem um total de 30 integrantes. Aasceu do desejo de ouvir as vozes de mulheres por meio da escrita. “O encontro com o conceito de escrevivência da Conceição Evaristo foi a oportunidade de trazer uma escrita que não requer seguir os moldes da gramática formal e se adequou muito a nossa proposta de trazer a experiência das participantes”.

Ao longo do projeto, também foram feitas parcerias com Casa Domus, Instituto Macunaíma e a Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal em Minas Gerais (APCEF-MG), que ajudaram a ampliar a ação, incluindo, além da Vila Cemig, locais como Conjunto Esperança e Alto das Antenas. “Um dos ganhos do projeto é estimular os sonhos e os projetos de vida e autonomia das participantes. Vamos reunir uma coletânea dos textos produzidos em um livro em 2026”, completou Maíra.

 



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