Noticias

Mês da Consciência Negra terá mais de 60 atividades em agenda cultural gratuita


Em novembro, a Prefeitura de Belo Horizonte promove uma série de atividades culturais e artísticas em celebração ao Mês da Consciência Negra. A iniciativa, realizada por meio da Secretaria Municipal de Cultura, Fundação Municipal de Cultura e parceiros, convida o público a refletir sobre a história, tradições e contribuições do povo negro para a formação da identidade brasileira. A programação, disponível no Portal Belo Horizonte, reúne mais de 60 atividades gratuitas em equipamentos municipais de cultura em todas as regionais da cidade e integra eventos como o Festival de Arte Negra (FAN), que reforça a valorização da cultura afro-brasileira e da produção artística negra.

As atividades englobam exposições, oficinas, apresentações musicais, encontros sobre ancestralidade e outras iniciativas. A agenda cultural acontece nos museus municipais, centros culturais, no Centro de Referência da Cultura Popular e Tradicional Lagoa do Nado, no Cine Santa Tereza, na Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte (BPIJ-BH), na Casa do Baile – Centro de Referência de Arquitetura, Urbanismo e Design.

A celebração do Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, em 20 de novembro, inspira as ações realizadas ao longo de todo o mês, reafirmando o compromisso de Belo Horizonte com a promoção da igualdade racial e o fortalecimento da cultura negra. “As atividades refletem um trabalho contínuo de reconhecimento e valorização das identidades negras, presente nas políticas de fomento, na gestão dos equipamentos culturais e no diálogo permanente com artistas, produtores e comunidades. Nosso compromisso é fazer da cultura um espaço de transformação social e de afirmação da cidadania”, afirma a secretária municipal de Cultura, Eliane Parreiras.

Ela acrescenta que outras programações, realizadas em parceria com instituições e organizações do município, estão sendo planejadas e serão desenvolvidas ao longo do mês de novembro.

A presidenta da Fundação Municipal de Cultura, Bárbara Bof, ressalta a importância da valorização da cultura negra como ferramenta de transformação da sociedade sempre. “O Mês da Consciência Negra reforça a relevância de reconhecer e valorizar as manifestações urbanas e tradicionais da cultura negra em todos os territórios da cidade. E é justamente por essas vias não se trata só de um mês, de um momento. Nosso engajamento é combinar tempos, incorporar a memória, como aponta nossa querida Leda Maria Martins, cuja teoria inspira o FAN”.

A celebração do Mês da Consciência Negra também integra um trabalho contínuo da PBH por meio do Programa RIC – Rede de Identidades Culturais, uma política estratégica que articula ações culturais para enfrentar a discriminação racial e fortalecer as Culturas de Matrizes Africanas. O programa tem o objetivo de promover diversidade, democracia cultural e igualdade racial nos territórios da cidade.

Cultura negra em movimento

Os centros culturais oferecem uma programação especial, com oficinas, rodas de leitura, apresentações de capoeira, dança e teatro, além de ações voltadas ao cuidado e à autoestima da população negra, como cortes de cabelo e automaquiagem. Entre os destaques, o Centro Cultural Pampulha promove nesta quinta-feira (6), às 19h, o Encontro com a Cultura Regional, reunindo mestres de samba, congo e capoeira em um intercâmbio de saberes que se transformará em um mural de memórias.

O Centro Cultural Vila Marçola recebe, no dia 26 (quarta-feira), às 14h, a Roda de Leitura “A cor de Coraline”, mediada por Isabel Nunes, com o livro de Alexandre Rampazo, que aborda a experiência de uma menina negra diante de situações de racismo. No Centro Cultural Liberalino Alves de Oliveira, localizado na Lagoinha, um dos bairros mais importantes para a resistência e história da comunidade negra na cidade, será realizado o “Laços da Ancestralidade”. Em um dia repleto de celebração, diversos coletivos de matriz africana se reúnem em apresentações culturais, musicais e rodas de conversa celebrando a memória e a ancestralidade do povo preto. O evento acontece nos dias 15 (sábado) e 16 (domingo).

No dia 22 (sábado), às 11h, o Centro de Referência da Cultura Popular e Tradicional Lagoa do Nado realiza o projeto Conversa ao Pé do Fogão com sambistas da Velha Guarda Unidos dos Guaranys. O equipamento também recebe a tradicional Pisada de Caboclo e Povos Indígenas, celebração que une expressões afro-brasileiras e indígenas em um dia de partilha e convivência. O evento acontece no dia 23 (domingo), de 9h às 18h.

A cidade se prepara para receber mais uma edição do FAN, considerado um dos mais relevantes eventos do país voltados às estéticas e produções culturais negras – com abertura prevista para este mês.

Novembro marca, ainda, o Dia Municipal do Hip-Hop, celebrado com uma programação diversa. Da próxima segunda-feira (10) à domingo (16), a Semana Hip-Hop mobiliza artistas, coletivos e comunidades em ações que ocupam ruas, palcos e centros culturais da cidade. O evento é uma iniciativa do Fórum Hip-Hop e conta com o apoio da PBH.

O Cine Santa Tereza integra a programação cultural com uma sessão especial: “Meu Amigo Fela” (dir. Joel Zito Araújo, 2019), documentário sobre o músico e ativista nigeriano Fela Kuti. A sessão acontece no dia 19 (quarta-feira), às 19h, e os ingressos podem ser retirados antecipadamente pelo Sympla ou 30 minutos antes na bilheteria.

Museus e memória afro-brasileira

Os museus municipais também participam do Mês da Consciência Negra com atividades que celebram a ancestralidade e a cultura afro-brasileira. Nos dias 15 (sábado) e 16 (domingo), das 10h às 17h, o Museu Histórico Abílio Barreto (MHAB) recebe a Mostra Ébano de Consciência Negra, que reúne moda, arte e empreendedorismo em um espaço de trocas e valorização da diversidade.

O Museu da Moda (MuMo) realiza no dia 22 (sábado), às 14h30, a Oficina Brincadeiras Africanas e Afro-Brasileiras, convidando crianças a vivenciarem jogos inspirados em tradições africanas. As inscrições podem ser realizadas por e-mail (educativo.mumo@pbh.gov.br). Essas ações integram o projeto “Museus Centro”, em parceria com o Viaduto das Artes.

O projeto “Museus Pampulha”, realizado em parceria com o Instituto Lumiar, também participa da agenda especial. O Museu Casa Kubitschek oferece a oficina “As plantas como memória da diáspora” com o artista Fernando Costa, refletindo sobre ancestralidade e identidade. A atividade acontece no dia 15 (sábado), das 10h30 às 12h30.

A Casa do Baile – Centro de Referência de Arquitetura, Urbanismo e Design recebe o fotógrafo Dú Retratista para o bate-papo “Da paisagem à memória favelada de BH”, no dia 26 (quarta-feira), às 14h30, dentro da programação da exposição “trans:paisagem”. O artista também participa da mostra “trans:paisagens [diálogos], apresentando sua trajetória e mais de quatro décadas de vida no Morro do Papagaio. A exposição pode ser visitada de 29 de novembro a 24 de janeiro de 2026.

Autores negros em destaque na BPIJ-BH

A Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte (BPIJ-BH) destaca autores negros em evidência com atividades que estimulam a leitura, a reflexão e a imaginação de crianças, jovens e adultos. Entre as iniciativas, está a Quinta Leitura: “Quando eu voltei, tive uma surpresa: cartas para Nelson”, encontro de leitura pública do livro de Joel Rufino dos Santos, mediado pela equipe da BPIJ-BH, nesta quinta-feira (6) e nos dias 13 e 27, às 16h.

Para o público infantil, a biblioteca promove a oficina “Ler, cantar e contar histórias afrocentradas”, um momento lúdico para toda a família. A atividade tem mediação de Flávia Paixão e acontece no dia 29 (sábado), às 10h30. Também será realizado o encontro mensal “Vozes da Narração de Histórias”, com Chica Reis, no dia 28 (sexta-feira), às 14h.

A BPIJ-BH promove, ainda, o Clube de Leitura, que traz como livro do mês “No seu pescoço”, de Chimamanda Ngozi Adichie. A atividade tem mediação de Flávia Paixão e acontece no dia 26 (quarta-feira), às 14h. 
 



Prefeitura de Belo Horizonte

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo