Pesquisa sobre polinizadores em áreas verdes de BH dá origem a livro

Pesquisa feita em espaços administrados pela Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB), denominada “Interação entre abelhas nativas e plantas: avaliação das características paisagísticas para a conservação das espécies e serviços ecossistêmicos em espaços verdes urbanos”, deu origem ao livro “Jardins para Polinizadores”. Em quase 90 páginas, a obra apresenta um rico conteúdo sobre o papel dos polinizadores em áreas urbanas de BH, especialmente nos parques.
Entre os principais polinizadores estudados estão abelhas, vespas, moscas, borboletas, morcegos, beija-flores e mariposas. O livro apresenta as relações entre eles e as flores que fazem parte do ciclo de polinização. Algumas conhecidas como “plantas para os polinizadores” são margaridão (Sphagneticola trilobata), goiabeira (Psidium guajava), bem-me-quer (Leucanthemum vulgare) e embiruçu (Pseudobombax longiflorum).
A obra também aborda o tipo de plantas atrativa para cada polinizador. A lista inclui espécies conhecidas por seus nomes populares, como quaresmeira, agapanto, chocalho de cascavel, falso cardamomo, ipê-mirim, pau cigarra, manjericão, fedegoso, urucum e manacá da serra. Destaca, ainda, as características, curiosidades e importância dos polinizadores e alerta para o risco de desaparecimento dessas espécies, de modo pedagógico e atraente.
“Além de interessante, a publicação é lindíssima. Materiais como este são importantes para traduzir para o público leigo os resultados da pesquisa científica e a aplicação da ciência no nosso cotidiano. É a aproximação da academia e a cidade e do cientista e o cidadão”, destaca a bióloga da Assessoria de Planejamento e Informações da FPMZB, Nadja Simbera Hemetrio.
Pesquisa científica
Lançado no final de outubro, “Jardins para Polinizadores” é resultado de pesquisa de doutorado do Programa de Pós-graduação em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre (ECMVS) da UFMG, desenvolvido por Ingrid Naiara Gomes. “O livro foi idealizado para despertar curiosidades dos apaixonados por plantas e animais, bem como dos entusiastas que gostam de passar um tempo nos parques, nas praças ou cuidando de jardins e hortas. Além disso, tem o objetivo de incentivar os setores produtores e os gestores de parques a disponibilizarem espécies atrativas e diversificar o plantio de flores nesses espaços, sendo um convite para tornar o paisagismo urbano mais ecológico e amigável para os polinizadores”, ressalta Ingrid.
O estudo teve o apoio do Centro de Síntese Ecológica e Conservação (CSEC); do Instituto Prístino, da Capes; da The Rufford Foudation; do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio); Bolsas Funbio – Conservando o Futuro; e do Instituto Humanize. Contou com a colaboração de outros autores: Victor H. D. da Silva, Camila Bosenbecker, Favízia Freitas de Oliveira, João Carlos Pena e Pietro Kiyoshi Maruyama. A ilustração é de Nila N. Neves, Carolina Procópio-Santos e Tereza Mol Fonseca e projeto gráfico de Vitória Barreto.




