Com o apoio às escolas municipais interessadas em cultivar suas próprias hortas, a Secretaria Municipal de Educação (Smed) consegue estimular entre os alunos a responsabilidade ambiental e a adoção de hábitos alimentares mais saudáveis. O Projeto Agroecologia: horta e compostagem, do Programa EcoEscola, em parceria com a Secretaria Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (SMSAN), oferece mudas de hortaliças, adubo, orientação técnica e formação às unidades participantes.
Mais do que fonte de alimentos para a escola, as hortas se transformaram em espaços de aprendizagem e convivência. Estudante da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Sagrada Família, na região Leste, Bento Miranda Lafetá tem 6 anos e já colheu frutos das atividades na horta. “Eu aprendi que quando a gente come uma coisa saudável, a gente fica forte e cresce. Antes da horta na escola, eu só gostava de cenoura, e agora eu como de tudo que tem lá”.
A coordenadora pedagógica geral da Emei Sagrada Família, Glauce dos Santos Brito Souza, destaca que a horta é o centro de ações voltadas para o aprendizado sobre alimentação saudável, meio ambiente e responsabilidade por meio do cultivo de plantas. São plantados mostarda, manjericão, hortelã, pimenta, salsinha, cenoura, almeirão, tomate, pimentão, dentre outras variedades.
Glauce afirma que é visível o quanto os alunos têm mais interesse em experimentar alimentos quando ajudam a cultivá-los. “Ao longo de 2025, crianças entre 2 e 5 anos aprenderam sobre a importância das plantas no ecossistema ao preparar o solo, plantar, cultivar e colher mudas. O trabalho culminou em uma aula de culinária, na qual aprenderam a usar os vegetais e frutas colhidos na cozinha”.
No caso de Luís Henrique Murta de Assis, de 5 anos, os aprendizados da horta levaram a família inteira a desfrutar dos novos ingredientes. “Aprendi a comer manjericão, e quando levei para casa, minha mãe fez macarrão e colocou o manjericão. Eu gostei muito”.
Outros hábitos também podem melhorar com a alimentação mais saudável. Os pequenos aprendem, nas atividades da horta, que nutrientes específicos ajudam em diferentes aspectos da saúde. Cecília Perdigão Bernardes, de 6 anos, conta que os pratos coloridos e compostos com produtos da horta impactaram em sua rotina. “Não estou acordando tarde e fico com energia”, diz.
Preparo da merenda
A Escola Municipal Carmelita Carvalho Garcia, na região da Pampulha, também possibilita que seus estudantes cuidem da horta de forma prática: eles podem plantar e cultivar hortaliças e frutas.
A diretora Thays Renata Oliveira de Souza destaca que a iniciativa, além de ensinar, é uma motivação para que os estudantes se aventurem em novas oportunidades. “A horta escolar ensina muito mais do que o cultivo de plantas, ela semeia valores de cuidado, paciência e colaboração. Nossos estudantes encontraram pertencimento no processo, e isso é o que nos motiva a buscar novas oportunidades de aprendizado”.
Após colhidos, os alimentos são levados para a cozinha da escola, onde são utilizados no preparo da merenda. Os estudantes que participam do cultivo também produzem conservas com as pimentas cultivadas.
Para Nicole Gabriele de Carvalho, estudante do 5º ano, é muito interessante ver de onde sai os alimentos do seu prato. “A horta é um lugar de aprendizagem e é muito legal ver onde são plantadas as coisas que a gente come”.
Isabela Ferreira, também do 5º ano, diz que o trabalho na horta a deixa mais alegre. “O que eu gosto de fazer na horta é regar as plantas, colher e plantar. A horta faz meu dia a dia mais feliz”.
