Mala de Recursos Lúdicos atende mais de 400 famílias de pessoas com deficiência em 2025

Executado pela Prefeitura de Belo Horizonte dentro das casas de famílias de pessoas com deficiência, o Programa Mala de Recursos Lúdicos já atendeu mais de 400 famílias neste ano. A Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos busca fortalecer os vínculos familiares, sociais e comunitários, evitando o agravamento de situações e a violação de direitos de pessoas com deficiência.
Com uma mala customizada nas mãos, educadores sociais lúdicos vão até a casa das famílias para os atendimentos. Uma das beneficiadas é Cleidy de Oliveira Lancuna, avó de Mateus de Jesus, um jovem com paralisia cerebral. Ela conta que o neto veio morar com ela quando tinha 7 anos, em 2004. “O Juizado me deu a guarda e pediu que ele tivesse esse acompanhamento”, conta.
O Programa passou a acompanhar a família por meio do Serviço de Proteção Social à Pessoa com Deficiência, durante o processo para concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC), em 2013. “Sou a única responsável e tomo conta dele o dia inteiro. A Mala Lúdica vem, traz revistas, terapia ocupacional, brinca, passeia e faz outras atividades, inclusive levando a museus e teatros. Eu até coloquei o Mateus na escola por incentivo deles. Também me ajudou a me comunicar com meu neto a partir dos movimentos dos olhos, porque ele não fala, e hoje a comunidade toda conversa com ele”, destaca Cleidy, acrescentando que estreitou a relação com a comunidade.
O educador social lúdico Edgar Gomes Lacerda, que atualmente acompanha a família de Mateus, conta que o beneficiado tem o cognitivo preservado e sempre foi participativo. “Mateus já participou de atividades como pintura ao ar livre, contação de histórias, plantio para tratar sobre o autocuidado, jogos de perguntas e respostas”, detalha. O Serviço de Proteção Social à Pessoa com Deficiência no domicílio busca garantir os direitos das pessoas com deficiência, por meio do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, do desenvolvimento de ações para a inclusão social, equilíbrio de oportunidades, participação e desenvolvimento de autonomia.
Para serem incluídas no Programa, as famílias devem buscar o Serviço de proteção à pessoa com deficiência nas Diretorias Regionais de Assistência Social.
Histórico e diagnóstico
Inspirado no Programa Muriki, o Serviço de Proteção Social à Pessoa com Deficiência (SPSPD) foi criado em 2007 e a atividade lúdica compunha o escopo do trabalho social com as famílias, com atendimento de aproximadamente 180 famílias por mês. Em 2015, virou o Programa Mala de Recursos Lúdicos, vinculado ao serviço, por ter apresentado resultados positivos junto às famílias e a comunidade. Sua execução ocorre em parceria com a Organização da Sociedade Civil Adra Brasil.
No momento de sua implantação foram identificadas situações que exigiam intervenção de políticas públicas, especialmente relacionadas à vulnerabilidade de pessoas com deficiência em situação de dependência ou semidependência, com baixo apoio familiar. Na identificação das famílias pelo SPSPD, vinculado aos Cras e à Coordenação Regional de Proteção Básica, a avaliação possibilita direcionar o acompanhamento domiciliar de forma individualizada, articulando a rede socioassistencial e intersetorial para garantir proteção integral e promover a inclusão social.